Lá no cais ao luar



     Quebra o mar nos rochedos solitários da praia, e os coqueiros, pobres seres solitários e tristonhos, acenam para Deus, farfalham nas brisas do além. Essa nostalgia nos dá saudades de todos que se foram para outros portos e nunca mais regressaram, ainda que aguardemos ansiosos no cais solitário à luz do luar. Mas um dia, quando a maré dos tempos subir e o mar da esperança se elevar acima dos céus, retornarão para junto de nós todos aqueles que momentaneamente se ausentaram. Nesse venturoso dia haverá uma festa fabulosa, regada a músicas e confetes, multicoloridas rosas dos jardins da eternidade, e só então teremos encontrado plenamente a felicidade ausente.

Adriano César Curado

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