Meu encontro com o mar

A primeira vez que vi o mar foi na Pousada do Valle. Isso lá pelo final de 2011, quando saímos de Goiás rumo à Bahia. Chegamos ao aeroporto da capital baiana já no final do dia e pegamos um táxi para o bucólico Sítio do Conde, um distrito no Município de Conde, onde chegamos já escuro. Eu escutava apenas o barulho das ondas que quebravam lá na praia, mas sabia que teria que ter paciência.

Confesso que nunca tinha visto pessoalmente o mar e fiz questão de não olhar pela janela do avião. Acho que foi por isso que sonhei a noite toda com água. Entrava pela janela uma brisa fresca, com aromas de algo que não conseguia identificar. Cansado, apaguei.

Fui despertado pelos primeiros raios do sol. Então saltei da cama e caminhei lentamente para a praia. Não foi uma caminhada muito significativa, pois a pousada fica na última duna antes de se chegar no lugar em que as ondas quebram. Caminhei silencioso, de cabeça baixa, olhos na areia. E quando meus pés tocaram na água salgada, então levantei o olhar e pude vislumbrar uma imagem que nunca mais esquecerei. O mar! Acostumado aos rios do cerrado goiano, fiquei deslumbrado com aquele volume d’água.

De volta à pousada, pude então saborear um farto café da manhã. Sucos de cores e sabores diferenciados, as quitandas quentinhas, os bolos, ovos, frutas etc. Adorável a dona Rosa, uma senhora que coordena tudo e nos recebe com sorriso. Seu marido, Ivan, é atencioso, indica bons passeios, aconselha a evitar lugares ruins, nos dá carona até a feira do Conde.

Quero retornar este ano à Pousada do Valle, desfrutar novamente da hospedagem simples mas aconchegante, rever os amigos que deixei por lá. O tempo passa rápido e só levamos desta vida os momentos bons que vivemos.

Adriano Curado

Encontro reúne 600 capoeiristas em Conde

Mais de 600 capoeiristas brasileiros e estrangeiros se reuniram em Siribinha, no município baiano de Conde, durante o VII Ginga Sem Limite – Encontro Internacional de Capoeira. Realizado na última semana (23 a 27 de julho), o evento é organizado pelo mestre Itapoan, do grupo Ginga, a cada dois anos, e promove aulões e rodas de capoeira, além De um torneio regional, com premiação nas categorias infantil ao sênior. A intenção dos grupos, ao se reunir na Bahia, são a busca de conhecimento no esporte e trocas culturais entre agremiações de todo o mundo.

Para o secretário do Turismo do Estado, Pedro Galvão, os eventos de capoeira devem ser intensificados, especialmente na esfera internacional. “A Secretaria do Turismo vai aumentar ações relacionadas à capoeira. Isso ajuda a divulgar a Bahia e a trazer visitantes para o Estado. Queremos levar para outros estados e para o mundo uma manifestação cultural que apresenta na Bahia, principalmente em Salvador, a cidade mais negra depois das cidades do continente africano, um forte elo com sua população afrodescendente”, explicou Galvão.

De acordo com informações do Escritório Internacional da Capoeira e Turismo, mantido pela Setur, neste mês de agosto, entre cinco e seis mil capoeiristas devem vir à Bahia para participar de eventos relacionados ao esporte. Dentre eles, os encontros internacionais de Capoeira Mangangá, de 8 a 17 de agosto, e o Capoeira do Século, do grupo Porto da Barra (15 de agosto a 14 de setembro). É esperada, para até o mês de setembro. a chegada do Mestre Acordeon. O baiano, radicado nos Estados Unidos, faz o trajeto de bicicleta junto com seu grupo, da Califórnia até a Bahia.